domingo, 14 de dezembro de 2008

Veja Fidel na Carta Capital

Quem leu as matérias de Veja e Carta Capital de fevereiro de 2008, logo percebeu uma diferença gritante na forma de abordagem das duas matérias. É fato que o assunto é instigante, mexe com as preferências, mas daí a ser colocada à prova a ética jornalística, torna a análise do assunto mais séria. De um lado vemos que ao tratar da renúncia de Fidel Castro, Veja optou por traçar um perfil sombrio da pessoa do ditador, pois com o título JÁ VAI TARDE, logo mostra a posição que tem sobre o assunto. Já a Carta Capital se mostrou imparcial, afirmou apenas que Cuba ficará sem seu líder e ainda enfocou alguns momentos históricos do país. Assuntos como esses instigam a consciência de quem lê, trabalha ou estuda relatos jornalísticos nos meios de comunicação.

A partir dessas perspectivas surgem questionamentos que há muito tempo intrigam os profissionais de comunicação e os leitores em geral, a questão da ética jornalística. O estudo do jornalismo nos diz que o profissional da área deve ser imparcial e não deixar se envolver emocionalmente, muito menos financeiramente, na hora de noticiar um acontecimento. Fato esse muito discutido entre estudiosos da área. Acredita-se que há um ser humano ali, antes de existir um repórter. Sim isto é lógico, mas será que o lado financeiro tem algo de humano?Ou será que os valores e princípios estão em jogo também. A cada dia vemos matérias de caráter duvidoso em termos de veracidade. O real sentido do jornalismo sério também passa pelo jornalismo investigativo, ou seja, rigor na apuração dos fatos. A questão da objetividade no século 21 é muito discutida, os leitores estão mais exigentes, querem ver as notícias, mas também querem que estas sejam interpretadas. A crise de ética que sofre o jornalismo em nossos dias põe em cheque o seu verdadeiro objetivo.

Por :Alex Freitas, Carlos Gleidson e Jorge Pedro Bomfim

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